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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

ENCONTRO DE ZÉ PILINTRA E LAMPIÃO

História resumida do encontro do cangaceiro e do malandro.
Um dia desses, passeando por Aruanda, escutei um conto muito interessante. Uma história sobre o encontro de Zé Pelintra com Lampião… Dizem que tudo começou quando Zé Pelintra, malandro descolado na vida, tentou aproximar – se de Maria Bonita, pois a achava uma mulher muito atraente e forte, como ele gostava.
Virgulino, ou melhor, Lampião, não gostou nada da história e veio tirar satisfação com o Zé:
_ Então você é o tal do Zé Pelintra? Olha aqui cabra, devia te encher de bala, mas não adianta…Tamo tudo morto já! Mas escuta bem, se tu mexer com a Maria Bonita de novo, vou dá um jeito de te mandar pro inferno…
_ Inferno? Hahahaha, eu entro e saiu de lá toda hora, num vai ser novidade nenhuma pra mim!_ respondeu o malandro _ Além do mais, eu nem sabia que a gracinha da “Maria” tinha um “esposo”! Então é por isso que ela vive a me esnobar!
_ Gracinha? Olha aqui cabra safado, tu dobre a língua pra falar dela, se não tu vai conhecer quem é Lampião! _ disse Virgulino puxando a peixeira, já que não era e nunca seria, um homem de muita paciência.
_ Que isso homem, tá me ameaçando? Você acha que aqui tem bobo?_ e Zé Pelintra estralou os dedos, surgindo toda uma falange de espíritos amigos do malandro, afinal ele conhecia a fama de Lampião e sabia que a parada era dura.
Mas Lampião que também tinha formado toda uma falange, ou bando, como ele gostava de chamar, assoviou como nos tempos de sertão e toda um “bando” de cangaceiros chegaram para participar da briga. A coisa parecia já não ter jeito, quando um espírito simples, com um chapéu na cabeça, uma camisa branca, cabelos enrolados, chegou dizendo:
_ Oooooooxxxxxx! Mas o que que é isso aqui? Compadre Lampião põe essa peixeira na bainha! Oxente Zé, tu não mexeu com Maria Bonita de novo, foi? Mas eu num tinha te avisado, ooooxx, recolhe essa navalha, vamo conversar camaradas…
_ Nada de conversa, esse cabra mexeu com a minha honra, agora vai ter! _ Disse Lampião enfurecido!
_ To te esperando olho de vidro! _ respondeu Zé Pelintra.
_ Pera aí! Pela amizade que vocês dois tem por mim, “Severino da Bahia”, vamo baixar as armas e vamo conversar, agora! Severino era um antigo babalorixá da Bahia, que conhecia os dois e tinha muita afeição por ambos. Os dois por consideração a ele, afinal a coisa que mais prezavam entre os homens era a amizade e lealdade, baixaram as armas.
Então Severino disse:
_ Olha aqui Zé, esse é o Virgulino Ferreira da Silva, o compadre Lampião, conhecido também como o “Rei do Cangaço”. Ele foi o líder de um movimento, quando encarnado, chamado Banditismo ou Cangaço, correndo todo o sertão nordestino com sua revolta e luta por melhores condições de vida, distribuição de terras, fim da fome e do coronelismo, etc. Mas sabe como é, cometeu muitos abusos, acabou no fim desvirtuando e gerando muita violência…
_ É, isso é verdade. Com certeza a minha luta era justa, mas os meios pelo qual lutei não foram, nem de longe, os melhores. Tem gente que diz que Lampião era justiceiro, bem…Posso dizer que num fui tão justo assim_ disse Lampião assumindo um triste semblante.
_ Eu sei como é isso. Também fui um homem que lutou contra toda exploração e sofrimento que o pobre favelado sofria no Rio de Janeiro. Nasci no Sertão do Alagoas, mas os melhores e piores momentos da minha vida foram no Rio de Janeiro mesmo. Eu personificava a malandragem da época. Malandragem era um jeito esperto, “esguio”, “ligeiro”, de driblar os problemas da vida, a fome, a miséria, as tristezas, etc. Mas também cometi muitos excessos, fui por muitas vezes demais violento e, apesar de morrer e terem me transformado em herói, sei que não fui lá nem metade do que o povo diz_ dessa vez era Zé Pelintra quem perdia seu tradicional sorriso de canto de boca e dava vazão a sua angústia pessoal…
_ Ooxx, tão vendo só, vocês tem muitas semelhanças, são heróis para o povo encarnado, mas, aqui, pesando os vossos atos, sabem que não foram tão bons assim. Todos têm senso de justiça e lealdade muito grande, mas acabaram por trilhar um caminho de dor e sangue que nunca levou e nunca levará a nada.
_ É verdade, bem, acho que você não é tão ruim quanto eu pensava Zé. Todo mundo pode baixar as armas, de hoje em diante nós cangaceiros vamo respeitar Zé Pelintra, afinal, lutou e morreu pelos mesmos ideias e com a mesma angústia no coração que nós!
_ O mesmo digo eu! Aonde Lampião precisar Zé Pelintra vai estar junto, pois eu posso ser malandro, mas não sou traíra e nem falso. Gostei de você, e quem é meu amigo eu acompanho até na morte.
_ Oooooxxxxx! Hahahaha, mas até que enfim! Tamo começando a nos entender. Além do mais, é bom vocês dois estarem aqui, juntos com vossas falanges, porque eu queria conversar a respeito de uma coisa! Sabe o que é…
E Severino falou, falou e falou… Explicando que uma nova religião estava sendo fundada na Terra, por um tal de Caboclo das Sete Encruzilhadas, uma religião que ampararia todos os excluídos, os pobres, miseráveis e onde todo e qualquer espírito poderia se manifestar para a caridade. Explicou que o culto aos amados Pais e Mães Orixás que ele praticava quando estava encarnado iria se renovar, e eles estavam amparando e regendo todo o processo de formação da nova religião, a Umbanda…
_ …é isso! Estamos precisando de pessoas com força de vontade, coragem, garra para trabalhar nas muitas linhas de Umbanda que serão formadas para prestar a caridade. E como eu fui convidado a participar, resolvi convidar vocês também! Que acham?
_ Olha, eu já tenho uma experiência disso lá no culto a Jurema Sagrada, o Catimbó! Tô dentro, pode contar comigo! Eu, Zé Pelintra, vou estar presente nessa nova religião chamada Umbanda, afinal, se ela num tem preconceito em acolher um “negô” pobre, malandro e ignorante como eu, então nela e por ela eu vou trabalhar. E que os Orixás nos protejam!
_ Bem, eu num sô homem de negar batalha não! Também vou tá junto de vocês, eu e todo o meu bando. Na força de “Padinho” Cícero e de todos os Orixás, que eu nem conheço quem são, mas já gosto deles assim mesmo… E o que era pra transformar – se em uma batalha sangrenta acabou virando uma reunião de amigos.
Nascia ali uma linha de Umbanda, apadrinhada pelo baiano “Severino da Bahia”, pelo malandro mestre da Jurema “Zé Pelintra” e pelo temido cangaceiro “Lampião”. Junto deles vinham diversas falange. Com o malandro Zé Pelintra vinham os outros malandros lendários do Rio de Janeiro com seus nomes simbólicos: “Zé Navalha”, “Sete Facadas”, “Zé da Madrugada”, “7 Navalhadas”, “Zé da Lapa”, “Nego da Lapa”, entre muitos e muitos outros.
Junto com Lampião vinha a força do cangaço nordestino: Corisco, Maria Bonita, Jacinto, Raimundo, Cabeleira, Zé do Sertão, Sinhô Pereira, Xumbinho, Sabino, etc. Severino trazia toda uma linha de mestres baianos e baianas: Zé do Coco, Zé da Lua, Simão do Bonfim, João do Coqueiro, Maria das Graças, Maria das Candeias, Maria Conga, vixi num acaba mais…


Em homenagem ao irmão Severino, o intermediador que evitou a guerra entre Zé Pelintra e Lampião, a linha foi batizada como “Linha dos Baianos”, pois tanto Severino como seus principais amigos e colaboradores eram “Baianos”.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

INTOLERÂNCIA INTER-RELIGIOSA


- No meu terreiro a cor de Oxum é azul claro como o manto de Nossa Senhora!
- Azul Claro? Mas amarelo que é cor de Oxum!
- No meu terreiro Iansã recebe acarajé nas oferendas!
- Umbanda colocando comida pra Orixá? Tá doido? O certo é uma mandala com florzinhas e olhe lá!
- No meu terreiro tem atabaque, e chamamos quem toca de Ogã, tem obrigação e tudo!
- Ogã na Umbanda? Que marmotagem! No meu é só na palma da mão.
- No meu terreiro não veste santo!
- Que terreiro fraco hein? No meu veste porque tem fundamento!
- No meu terreiro se corta pra exu!
- Cai fora! Meu terreiro que é o certo, exu nem bebe e só vem em terra pra corrente de desobsessao!
- Eu chamo meu sacerdote de Pai
- Que pai? Ta doido? O certo é dirigente.
- Meu pai de santo joga!
- Ler sorte é coisa primitiva demais pra Umbanda.
- Minha casa que é certa, a sua é errada.
- Sua casa não tem fundamento!
Aí colocamos nossa roupinha branca, pregamos que a Umbanda é mundo cheio de luz, damos um abraço dado de bom coração, no final da gira cantamos que levamos ao mundo inteiro a bandeira de Oxalá - mas achamos que só a nossa bandeira é certa, né?
Pregamos nas redes sociais que temos orgulho de ser umbandista. Mas você tem orgulho de ser umbandista, ou orgulho de ser territorialista? Você abraça a Umbanda como um todo ou abraça a SUA Umbanda?
MACUMBA BOA É A MACUMBA QUE DÁ CERTO.
E qual o certo?
O que é certo pra mim, nem sempre será o certo pra você e eu não tenho o direito de diminuir sua casa por isso. Cada um faz do jeito que aprendeu, tendo como princípio a caridade.
A gente é massacrado por adeptos de outras religiões não porque somos "minoria", mas porque eu somos uma minoria desunida. Porque muitos vão visitar a casa de santo do irmão, pra apontar defeito e não pensa no sacrifício que foi para fazer aquela festa e manter aquela casa de pé! Assumem o papel de juiz pra alimentar o próprio ego!
Pra começar que o que o outro faz da vida dele não é nem problema seu. Segundo: geralmente quem adora criticar a vida espiritual do outro, tem a própria vida toda enrolada, já repararam nisso? Quem vive de apontar o trabalho do outro vive cheio de problema, enquanto o tal do "marmoteiro" segue pleno e próspero.
Render culto à algo é individual - você louva como quiser, como puder, como aprendeu. Tem muita maluquice por aí? Tem sim. Mas se você não é de acordo, é só você não frequentar esse lugar.
Rei de Oyó é Xango, não somos nós. À ele cabe dizer o que é certo ou errado. Orixá sonda seu coração. Vigia e ora - mas é pra vigiar a própria vida mesmo e não a dos outros.
Via : @FilhosDaMagia

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

AXÉ A TODOS!!


Minha IGREJA eu chamo de *TERREIRO*
Meu ALTAR eu chamo de *CONGÁ*
Minha missa eu chamo de *GIRA*
Acredito em DEUS a quem chamo de *OLORUM*,
Acredito em JESUS a quem chamo de *OXALÁ*,
Meu TERÇO chamo de *GUIA*,
Minha ORAÇÃO chamo de *PONTO*,
O meu CÉU é *ARUANDA*,
Os meus SANTOS são *ORIXÁS*
Apenas respeite o meu sagrado...
EXU ENTIDADE
Me ensinou que se deseja algo, têm que conquistar.
POMBO GIRA
Me ensinou que amor verdadeiro é conquistado, não amarrado.
PRETOS VELHOS
Me ensinaram que a humildade, caridade, paciência e amor!
Evolui o espírito.
CABOCLOS
Me ensinaram que a felicidade é uma permissão que temos que nos dar.
BOIADEIRO
Me ensinou que os verdadeiros amigos são os que permanecem do seu lado sempre.
COSMINHOS
Me ensinaram que a fé é o único sentimento puro que existe.
OXUM
Me ensinou que o amor vale mais que o ouro.
OMOLU
Me ensinou que não existe sofrimento em recomeçar tudo outra vez.
OGUM
Me ensinou que nem sempre se vence uma batalha com guerra.
OXÓSSI
Me ensinou que só a coragem é o suficiente pra realizar meus sonhos.
XANGÔ
Me ensinou a acreditar em sua justiça divina, e não na minha.
IANSÃ
Me ensinou a vencer as tempestades da vida com a cabeça erguida.
IEMANJÁ
Me ensinou como é amar a todos os filhos, independente de suas características.
OXALÁ
Me ensinou que para ser bom não precisa ser santo, mas que eu não faça nada contra um outro irmão.
Salve a Umbanda Sagrada!

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

MINUTO DE PAPO



Falando em línguas e outros idiomas nos terreiros, barracões e igrejas
Esses dias surgiu uma conversa entre umbandistas e candomblecistas que me chamou a atenção...
As pessoas estavam comentando sobre o quanto tal Babalorixá falava bem e cantava bem em Yorubá...
Daí uma delas comentou: Será que ele sabe exatamente o que ele está cantando e falando? Ou ele apenas aprendeu as cantigas e as rezas e apenas fica repetindo?
Daí uma outra respondeu: Eu acho que ele não sabe o que está falando e cantando não... Porque senão, quando ele fosse falar com os Orixás ele falaria em Yorubá... E a pessoa disse que sempre que ele fala com os Orixás ele fala em Português...
E aí me perguntaram o que eu achava sobre tudo isso? E se realmente era necessário ficar usando o idioma em Yorubá nos barracões e terreiros...
Então achei interessante escrever um texto sobre este assunto...
Provavelmente vai ser um texto longo e bastante polêmico... Mas muito interessante, pois vamos conversar aqui sobre o porque sim de algumas coisas e o porque não de outras coisas...
Vamos começar com um livro milenar, que é a Bíblia...
Vocês lembram que algumas igrejas evangélicas, alguns pastores e bispos ficam falando numa “pseudo” língua dos Anjos? Que são palavras que não são ditas em nenhuma língua? E que na verdade ninguém sabe o que está sendo dito?
Pois bem, alguns anos atrás fui pesquisar na Bíblia onde e porque deveriam esses pastores e bispos falar em línguas ditas dos Anjos... Onde ninguém entende nada e não tem qualquer tradução...
E encontrei na Bíblia um alerta que achei bastante interessante e construtivo:
1 Coríntios 14: 9-16
“Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? porque estareis como que falando ao ar.
Há, por exemplo, tanta espécie de vozes no mundo, e nenhuma delas é sem significação.
Mas, se eu ignorar o sentido da voz, serei bárbaro para aquele a quem falo, e o que fala será bárbaro para mim.
Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurai abundar neles, para edificação da igreja.
Por isso, o que fala em língua desconhecida, ore para que a possa interpretar.
Porque, se eu orar em língua desconhecida, o meu espírito ora bem, mas o meu entendimento fica sem fruto.
Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.
De outra maneira, se tu bendisseres com o espírito, como dirá o que ocupa o lugar de indouto, o Amém, sobre a tua ação de graças, visto que não sabe o que dizes?”
Resumindo pessoal, ou seja, ou você sabe o que está falando, rezando e cantando ou de nada adianta para você e para as pessoas que estão ali junto de vocês, se não houver alguém que interprete e traduza aquilo que está sendo dito e cantado...
Ou seja, não edifica, não constrói.
Sim, nestas três décadas que acompanho a umbanda e o candomblé, também já fiz estas perguntas...
Pesquisei e verifiquei que pelo menos de 80 a 90% de Babalorixás, Iyalorixás e médiuns que cantam e rezam em Yorubá ou qualquer outro dialeto africano, não são fluentes nestas línguas e a grande maioria também sequer pesquisou a tradução do que se é rezado e cantado...
Daí fica aqui a pergunta que não quer calar: Se não sabem o que estão cantando ou falando, por qual motivo insistem em querer usar dialetos africanos para se realizarem os rituais?
Mesmo porque, ao engano de muitos, os Orixás não são de exclusividade africana... Os Orixás são do Universo Divino... São planetários... Pertencem a todo o mundo... São Cósmicos... Portanto, com certeza, os Orixás falam todas as línguas do planeta terra... Não tendo necessidade alguma de ter que falar com eles em dialeto africano...
Vejam, nos tempos antigos as igrejas católicas e protestantes, bem como, a Bíblia, eram faladas, rezadas e escritas em várias línguas: aramaico, hebraico, grego, latim... E durante os séculos foram sendo traduzidos para a língua nativa de cada povo...
Claro, porque senão ficavam todos rezando e cantando orações e cantos que ninguém entendia... (assim como o mundo inteiro canta músicas em inglês e outras línguas e pelo menos 95% das pessoas não sabem a tradução e o significado das músicas).
Quem já não viu nos barracões os Babás e Iyás, Ekédis e Ogãs, falando em português com os Orixás incorporados?
Vocês vão notar, se prestarem atenção, que mais de 90% é assim... Falam em Português com os Orixás para fazerem uma coisa ou outra... Não é mesmo?
Ora, se os Orixás apenas entendessem dialetos africanos, não seguiriam os pedidos feitos...
Desta forma, não é necessário se falar ou cantar em dialetos africanos para cultuarem os Orixás...
Por qual motivo será então que os barracões e terreiros insistem em usar dialetos africanos?
Vários são os motivos, uns motivos bastante louváveis, outros motivos bastante desnecessários...
Vamos tentar listar estes motivos, com certeza, não serei o dono da verdade, nem vou me lembrar de todos... Mas, com certeza, estes aí abaixo estarão na lista dos motivos:
Motivos louváveis:
- Sustentar e guardar as tradições e ensinamentos que sábios africanos trouxeram para o Brasil e para o resto do mundo.
- Ensinamentos adquiridos de Sacerdotes africanos no passado.
- Proteger e guardar ensinamentos contra charlatães.
- Por respeito e carinho aos ensinamentos dos antigos Sacerdotes.
- Por querer mostrar respeito aos Orixás, porém, sem um motivo real.
- Entre outros motivos que são: pelo amor, carinho, respeito, fundamentos e ensinamentos.
Motivos desnecessários:
- Monopolizar e guardar em segredo apenas para si rituais e ensinamentos dos Orixás, com o intuito de alienar e escravizar os iniciantes.
- Por querer mostrar aos participantes que os mesmos são dependentes dos Babalorixás e Iyalorixás.
- Querer aparecer para os visitantes tentando assim se mostrar melhor do que os outros...
- Por ego exacerbado e soberba.
- Uma forma de enganar e iludir participantes, visitantes e consulentes.
- Entre outros motivos mais que todos nós já conhecemos das falhas humanas nas religiões...
Vejam, diante dos motivos acima, que na verdade ambos existem, fica claro e ao mesmo tempo difícil de se identificar quais são os motivos reais usados por muitos... Ou mesmo, quando os Sacerdotes se utilizam de todos eles para se impor diante das situações...
Eu mesmo, pouco uso dialetos africanos... Mesmo porque, me conscientizei de que antes de estar falando besteiras (sim, porque também noto muitos Sacerdotes cantando e fazendo rezas com palavras erradas e pronúncias erradas... Porque os mesmos, na verdade, aprenderam por osmose... Ou seja, aprenderam a repetir cantigas e rezas como as pessoas aprendem a cantar músicas em inglês, sem sequer saber o que estão dizendo...) e/ou coisas que eu não sei o significado, prefiro antes, saber a tradução, mas, ainda acho que é melhor se eu quiser sair por aí falando e gastando dialetos africanos, ter vergonha na cara de me exigir e me cobrar que antes eu aprenda a ser fluente na língua.
Como tenho sempre comentado, falar em dialetos africanos não faz o médium ou Sacerdote ser verdadeiro, apenas sabem falar em dialeto africano... Que, só para lembrar a África inteira sabe falar... Não é mesmo? Os ladrões africanos, os bandidos, os pedófilos, os corruptos, os psicopatas africanos falam em Yorubá... E nem por isso são Sacerdotes, médiuns que carregam o Axé e nem por isso são verdadeiros... Aliás, há uns 15 anos atrás, vi de perto dois africanos que se diziam ser filhos de Xangô e de Ogum e que muitas pessoas batiam cabeça para eles, porque os mesmos andavam com suas roupas coloridas e contas, se dizendo, Sacerdotes do Candomblé (vi até filhos de santo, médiuns, bolarem de santo só por eles passarem na frente destas pessoas... hahahah... Que fiasco...).
Mas, pasmem, os dois eram traficantes e contrabandistas e foram presos pela Polícia Federal uns 6 meses depois de estarem no Brasil... Entendem o que eu digo?
Esse é o problema...
Para não ficar muito longo, vamos pedir aos nossos Orixás, sabedoria, discernimento e acima de tudo misericórdia quando fizermos mal uso dos ensinamentos... E vamos nos policiar no sentido de sempre evitar com que o ego, a petulância, a arrogância, o se achismo, a soberba, não façam parte de nossas vidas espirituais...
Motumbá, motumbá asè!
Mukuiú! Kolofé!
Mojubá!
Pedindo a benção de todos e abençoando a todos...
Sem os cuidados de querer estar me preocupando em escrever corretamente nas línguas africanas...
Mesmo porque, no meu coração e no meu espírito, o Axé ou o Asè para mim, tem o mesmo valor e peso espiritual...
Assim como, o Orixá de todos com “X” e o Orisà de todos com “S” abençoe a nós todos!
Fiquem tranquilos na fé, fiquem tranquilos no Axé verdadeiro, acreditem no que é verdadeiramente de coração e íntimo com os Orixás...
Só assim, estaremos no caminho certo...
Texto copiado:
Babalorixá Pai Odèsi de Oxóssi.